A gente lê

Aqui contamos para você qual é o livro que a gente anda carregando na mochila. (Porque, acima de tudo, nós do Shereland somos leitores)

A gente lê: Cartas de Amor aos Mortos

cartas-de-amor-aos-mortos.jpgVocês podem pensar que estou forçando a barra, mas juro que é verdade: Cartas de Amor aos Mortos me foi indicado pelo Banco de Livros do Shereland! Sério, li por lá a descrição da obra de estreia de Ava Dellaira e gamei: 

"Laurel começa a escrever em seu caderno várias mensagens para Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Elizabeth Bishop… sem nunca entregá-las à professora.
Nessas cartas, ela analisa a história de cada uma dessas personalidades e tenta desvendar os mistérios que envolvem suas mortes"

E aí que, de tanto me ouvir falando do livro, o Rafael aqui do Shere acabou me dando de presente, e consegui entender melhor esse lance de escrever para o além.

Para desabafar, a encrencada Lauren escreve um carta para Kurt Cobain contando sobre seus problemas. Ela gosta desse método e, aí, começa a se corresponder (de maneira unilateral, antes que você pense besteira) com gente de história sofrida como Amy, Heath Ledger, River Phoenix, Jim Morrinson...

Confesso que não acho que o livro explora tão bem a trajetória dessas personalidades como prometia a descrição lá de cima. Mas, para compensar essa falha, tem a história (fictícia, claro) da própria Lauren que é viciante. Vou adiantar só um pouquinho: ela acaba de entrar no colégio e está passando por uma barra, pois sua irmã mais velha - e grande ídola - morreu. Só que era May quem havia ensinado praticamente tudo à Lauren e, sem essa figura, a protagonista precisa lutar para entender o que restou.

Sim, é um livro teen - daqueles bem bons para ler nas férias - , mas não deixa de abordar questões bem pesadas como abuso sexual e suicídio. Eu recomendo.

Gostou? Cadastre-se no Shereland e coloque Cartas de Amor aos Mortos na sua lista de livros para ler em 2015.

Veja outros livros teen que o Shereland indica:
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A gente lê: O Sol É Para Todos

No alto da minha estante, tenho um pilha dos renegados. São nove livros que abandonei e não sei se algum dia vou resgatá-los. Há cinco anos, O Sol É Para Todos, de Harper Lee, estava neste grupo, até que Passarinha, de Kathryn Erskine , me estimulou a pegar o clássico e concluí-lo com louvor. 

Agora eu entendo por que O Sol É Para Todos é um dos maiores títulos da literatura norte-americana - para vocês terem uma ideia, foi a segunda obra mais citada por internautas em uma pesquisa recente do Facebook .

A narradora é Scout Finch, que está se lembrando de incidentes terríveis que rolaram quando ela tinha cerca de oito anos. A mãe da protagonista morreu quando ela era muito pequena, e então Scout foi criada pelo pai, o advogado Atticus, e pelo irmão mais velho, Jem.

kill-a-mockingbird.jpg

No início é tudo lindo e inocente, até que as crianças Finch começam a ser hostilizadas porque o pai era um "adorador de negros". É aí que elas começam a entender o que está rolando ao seu redor. Atticus está advogando para um negro acusado de estuprar uma garota. É preciso entender que a história se passa no início do século XX em uma cidade do sul do Alabama, onde negros e brancos eram totalmente segregados. Para vocês terem uma ideia, nessa época, um negro jamais poderia se sentar nas vagas reservadas para brancos em transportes ou locais públicos. E aí que um branco defender um negro era praticamente pecado.

Temos aqui o cenário onde vai se desenrolar uma das histórias mais lindas de todos os tempos. Trata de preconceito, do papel da mulher, de direitos civis. Mas também fala de empatia. Em um trecho, Atticus - o maravilhoso - explica a Scout que alguém só poderá entender o outro quando "entrar" no corpo alheio e refazer os seus passos.

Importante também é entender o título original, To Kill a Mockingbird. Mockingbird é um tipo de pássaro cantante que não existe por aqui. Quando Jem e Scout ganham arminhas de chumbo de Natal, Atticus os alerta dizendo que eles não podem atirar nos mockingbirds, pois estes não fazem nada além de cantar. Essa frase já é um belo resumo da obra.

Me chamou a atenção as sub-histórias que mantêm o ritmo das quase 400 páginas, além dos personagens coadjuvantes, todos maravilhosos. Como não se apaixonar por Mrs Maudie, Dill, Calpurnia? Bom, melhor parar por aqui....

Só que, infelizmente, Harper Lee gastou toda a sua genialidade neste livro, porque nunca mais publicou nada, embora, dizem, tenha sido essencial na construção de A Sangue Frio, de Truman Capote. Sim, os dois eram amigos de infância e, se Scout era o alter-ego de Harper, o namoradinho Dill era Capote!

Aposto que você ficou com vontade de ler, certo? Bom, tarefa difícil. O Sol É Para Todos está esgotadíssimo no Brasil, ausente até em sebos. O jeito é se arriscar no original como eu, ou pedir emprestado. Que tal? Cadastre-se no Shereland e veja se algum amigo não tem um exemplar para te emprestar.

Coloque O Sol É Para Todos na sua lista de livros para ler em 2015 

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A gente lê: Passarinha

passarinha.jpgMinha querida amiga Cláu (do vlog Tô Lendo ) disse o tempo todo que eu iria adorar Passarinha, de Kathryn Erskine e, de fato, não consegui largar o livro.

Um dos motivos é que eu adoro estórias narradas por crianças e, no caso, esta tem uma das protagonistas mais fofas que se tem notícia. Caitlin tem apenas dez anos e, portadora da síndrome de Asperger (uma forma branda de autismo, clique aqui para consultar a Wikipedia), vê o mundo de uma maneira toda especial. 

Caitlin sempre foi protegida pelo irmão, mas o livro começa pouco tempo depois do garoto ter sido inocentemente assassinado em um massacre na escola. Durante a obra então vamos acompanhar a forma como a menininha lida não só com sua perda, mas com uma comunidade traumatizada.

Claramente, o intuito da autora é provocar uma reflexão sobre empatia, ou seja, a habilidade de se colocar no lugar do outro.

Além de ter sido uma leitura simples, agradável e de aquecer o coração (valeu, Clauzi!), a obra me trouxe algo ainda maior. O título Passarinha remete ao grande clássico americano To Kill A Mockingbird (traduzido inexplicavelmente para O Sol É Para Todos no Brasil), livro que eu tinha há cinco anos parado no alto da minha estante, e que acabei finalmente lendo na sequência. Mas isso já é assunto para outro post.

Peguei Passarinha emprestado. Será que algum amigo seu tem a obra para te emprestar? Cadastre-se no Shereland para checar.

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A gente lê: O Leitor Apaixonado

Ganhei o O Leitor Apaixonado de Amigo Secreto neste ano e adorei. Tratam-se de 45 textos que Ruy Castro escreveu entre 1975 e 2007 sobre literatura e afins.

leitor-apaixonado-blog.jpgO fato de ser Ruy Castro o autor já torna tudo fenomenal, pois, além de um super escritor e pesquisador, é um leitor mega voraz. Consta que, na época da confecção de O Leitor Apaixonado, ele tinha 8.000 livros em sua estante! 

Estante que, aliás, é a estrela de uma das capas mais interessantes que já vi. Olhem que coisa mais linda! O livrinho vermelho aberto sobre a poltrona é um exemplar de Alice no País das Maravilhas, a primeira obra lida por Ruy Castro, aos quatro anos. 

Minha amiga que passou meses me indicando O Leitor Apaixonado disse que essa seria uma oportunidade de conhecer novos escritores e, isso, o livro cumpriu plenamente. Fui apresentada, por exemplo, a Luís Martins, um brasileiro que registrou a boêmia carioca dos anos 20 e depois enrolou-se com ninguém menos que Tarsila do Amaral. Também tem a curiosíssima história do argentino Rodolfo Walsh, que consagrou-se como escritor policial, mas encucou com os desaparecidos políticos e acabou investigando grandes crimes da ditadura. leitor-apaixonado-citacao.jpgA revolucionária Colette, a observadora Anita Loos, enfim, cada marcação que fiz no meu exemplar (como vocês veem na imagem à direita) é um novo autor que desejo curtir em breve.

Mas claro que, no decorrer dos artigos, também tem muitas e deliciosas fofocas sobre aquelas personalidades polêmicas que a gente adora, como Oswald de Andrade, os Fietzgerard, Oscar Wilde... Para quem gosta, o livro tem histórias de grandes publicações (como a New Yorker) e ainda flerta com arte gráfica.

Enfim, é o tipo de obra que vale mais do que mil aulas teóricas de um curso de comunicação.

Interessou-se? Coloque O Leitor Apaixonado na sua lista de livros para ler em 2015.

Leia mais sobre Ruy Castro no Shereland:
A gente lê: Estrela Solitária 
Ruy Castro e a 'quilometragem masculina' de Garrincha 

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A gente lê: A Morte de Ivan Ilitch e Senhores e Servos

morte-ivan-ilitch.jpgQuando peguei emprestado A Morte de Ivan Ilitch, de Liev Tolstói, eu já havia lido o último parágrafo da obra em uma aula. Como assim? Eu já sabia o final da história? Sim, e neste caso, isso não faz nenhuma diferença, pois o título já é um grande spoiler: trata-se da morte de Ivan Ilitch, oras. 

Mas, ainda assim, é tudo genial. 

Em pouco mais de setenta páginas, Tolstói vai descrever de modo magistral o ato de morrer.

Bom, Ivan Ilitch é um cara chato, com uma vida chata e uma esposa insuportável. Um dia, enquanto decorava sua casa, ele escorrega, bate o abdome e segue a vida, até que começa a sentir uma crescente dor. A partir daí, a obra abordará a aceitação da morte e a insignificância da vida.

Fenomenal!

morte-de-ivan-ilitch-hq.jpgAh, acaba de ser lançada uma HQ de A Morte de Ivan Ilitch adaptada pelo brasileiro Caeto. O texto não é integral, mas li uma crítcia dizendo que o quadrinista conseguiu dar um bom panorama da obra. Ainda não li, mas achei a capa lindíssima.

Li a edição antiga da Biblioteca da Folha  que ainda trazia mais uma novela de Tosltói e que também aborda o processo de morrer: Senhores e Servos.

Tudo começa um dia depois do Natal, com um rico homem cismando em enfrentar uma tempestade de neve para não perder um negócio lucrativo. O servo deste senhor acaba sendo obrigado a lhe fazer companhia numa viagem insensata que se tornará uma luta pela sobrevivência.

Peguei A Morte de Ivan Ilitch emprestado. Será que algum amigo seu tem a obra para te emprestar? Cadastre-se no Shereland para checar.

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