Carta de Charles Bukowski após sofrer censura
Em 1985, o livro Notas de Um Velho Safado, de Charles Bukowski, foi tirado de circulação em uma biblioteca holandesa, após reclamações contra o conteúdo ofensivo a mulheres, negros e homossexuais dos contos.
Que o texto do escritor nascido na Alemanha (mas radicado nos Estados Unidos) tem machismo, racismo, homofobia e muitas outras coisas não é novidade. Há, por exemplo, um conto dele em Crônica de Um Amor Louco que narra um cara abusando sexualmente de uma criança. Mas sempre me pergunto: quando um autor escreve sobre um crime, ele está dizendo aquilo ou está fazendo uma denúncia? Enfim...

Bom, um jornalista perguntou ao próprio Bukowski o que ele achou da polêmica da censura aos seus livros, e o escritor escreveu uma carta com esse trecho maravilhoso:
"A censura é a ferramenta das pessoas que precisam esconder a realidade de si mesmas e dos outros. O medo delas não passa da incapacidade de encarar o que é real. Não tenho raiva delas. Só fico muito triste. Quando eram crianças, foram protegidas dos fatos da vida. Só lhe ensinaram um modo de ver, quando existem muitos."
No final, Bukowski ainda termina com um "Tomara que melhoremos todos juntos".
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Muito boa, né? Ah, já que você leu até aqui, vou aproveitar para recomendar a fonte de onde peguei essa carta, o livro Cartas Extraordinárias, de Shaun Usher. Trata-se de uma reunião de 125 correspondências históricas escritas por grandes personalidades (tipo Elvis Presley) e desconhecidos (como a mulher que escreveu para se justificar o abandono do filho). Para a gente que gosta de literatura, tem grandes atrativos, como cartas de Jack Kerouac, Hemingway, Anïs Nin e muitos outros.














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