No rodapé

Fatos aleatórios, resenhas despretensiosas, curiosidades gostosas, detalhes escondidos e histórias esquecidas sobre o mundo dos livros (e de seus autores)

Sorteio do livro Feia, de Constance Briscoe

"Entreguei a minha fotografia tirada na escola para minha mãe. Ela olhava da fotografia para mim, de mim para a fotografia, então disse:'Meu Deus! Como ela pode ser tão feia?'".

Esse trecho já mostra todo o drama de Feia, a história real da americana Constance Briscoe. Hoje em dia, ela é juíza, mas, durante toda a infância e adolescência, sofria maus tratos da mãe e chegou a tomar alvejante para dar fim a tudo aquilo.

Está a fim de ler? Então aproveite, porque neste mês decidimos doar o nosso exemplar (que já foi lido, mas está super conservado), porque o Shereland acredita que livro bom é livro sendo lido, não pegando pó na estante.

Para participar da promoção é bem simples, siga essas instruções:

- Se você ainda não é, cadastre-se no site Shereland clicando aqui;

- Depois, curta a página do Shereland no Facebook e convide mais três amigos para curtirem a página também;

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- Depois clique no botão 'Quero Participar' deste post do Facebook.

Valendoooo!

Atenção:

- O livro sorteado fazia parte de nosso acervo e já foi lido!;

- Você precisa morar no Brasil para participar da promoção;

- O resultado sai no dia 4 de abril;

- Guarde o nome de seu usuário de cadastro no Shereland. Você vai precisar dele se for sorteado

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Dicas para ler mais

Traduzi (e adaptei) um meme que encontrei no site do artista Austin Kleon com dicas para você ler mais.

Particularmente, sigo todas elas, menos a 4 (não consigo abandonar um livro e acabo sofrendo horrores para me arrastar numa leitura que não vai dar em nada). 

Quem se cadastra no Shereland pode criar uma estante virtual mostrando os livros que deseja ler, os que já leu, os que recomenda e etc. A gente também acabou de lançar a seção de Dicas de livros, onde sugerimos sua próxima leitura baseados nos seus gostos e desejos do momento :)

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Carta de Clarice Lispector pedindo nacionalidade brasileira a Getúlio Vargas

Apesar de ser considerada a maior escritora brasileira de todos os tempos, Clarice Lispector nem sempre foi, bem, brasileira. Nascida na hoje cidade ucraniana de Tchetchelnik em 1920, a escritora desembarcou com menos de dois anos em Maceió, onde seus pais trocaram seu nome estrangeiro Haia por Clarice.

Por causa da guerra e do desejo de se casar, quando a escritora completou 21 anos - idade mínima para requerer a nacionalidade brasileira -, ela escreveu uma carta direto para o presidente Getúlio Vargas em 3 de junho de 1942. Em 12 de janeiro de 1943, ela virou tupiniquim.

Tomei conhecimento desta e de outras cartas maravilhosas pelo maravilhoso projeto do Instituo Moreira Salles chamado Correio IMS, que minha amiga Karis me apresentou <3

Rio de Janeiro, 3 de junho de 1942
 

Senhor presidente Getúlio Vargas,

Quem lhe escreve é uma jornalista, ex-redatora da Agência Na­cional (Departamento de Imprensa e Propaganda), atualmente n’A Noite, acadêmica da Faculdade Nacional de Direito e, casual­mente, russa também.

Uma russa de 21 anos de idade e que está no Brasil há 21 anos menos alguns meses. Que não conhece uma só palavra de russo mas que pensa, fala, escreve e age em português, fazendo disso sua profissão e nisso pousando todos os projetos do seu futuro, próximo ou longínquo. Que não tem pai nem mãe – o primeiro, assim como as irmãs da signatária, brasileiro naturalizado – e que por isso não se sente de modo algum presa ao país de onde veio, nem sequer por ouvir relatos sobre ele. Que deseja casar-se com brasileiro e ter filhos brasileiros. Que, se fosse obrigada a voltar à Rússia, lá se sentiria irremediavelmente estrangeira, sem amigos, sem profissão, sem esperanças.

Senhor presidente. Não pretendo afirmar que tenho prestado grandes serviços à Nação – requisito que poderia alegar para ter di­reito de pedir a vossa excelência a dispensa de um ano de prazo, necessário a minha naturalização. Sou jovem e, salvo em ato de heroísmo, não poderia ter servido ao Brasil senão fragilmente. Demonstrei minha ligação com esta terra e meu desejo de servi-la, cooperan­do com o DIP, por meio de reportagens e artigos, distribuídos aos jornais do Rio e dos Estados, na divulgação e na propaganda do governo de vossa excelência. E, de um modo geral, trabalhando na impren­sa diária, o grande elemento de aproximação entre governo e povo.

Como jornalista, tomei parte em comemorações das grandes datas nacionais, participei da inauguração de inúmeras obras ini­ciadas por vossa excelência, e estive mesmo ao lado de vossa excelência mais de uma vez, sendo que a última em lº de maio de 1941, Dia do Trabalho.

Se trago a vossa excelência o resumo dos meus trabalhos jornalísticos não é para pedir-lhe, como recompensa, o direito de ser brasileira. Prestei esses serviços espontânea e naturalmente, e nem poderia deixar de executá-los. Se neles falo é para atestar que já sou bra­sileira.

Posso apresentar provas materiais de tudo o que afirmo. In­felizmente, o que não posso provar materialmente – e que, no entanto, é o que mais importa – é que tudo que fiz tinha como núcleo minha real união com o país e que não possuo, nem elege­ria, outra pátria senão o Brasil.

Senhor presidente. Tomo a liberdade de solicitar a vossa excelência a dispensa do prazo de um ano, que se deve seguir ao processo que atualmente transita pelo Ministério da Justiça, com todos os re­quisitos satisfeitos. Poderei trabalhar, formar-me, fazer os indis­pensáveis projetos para o futuro, com segurança e estabilidade. A assinatura de vossa excelência tornará de direito uma situação de fato. Creia-me, senhor presidente, ela alargará minha vida. E um dia saberei provar que não a usei inutilmente.

Clarice Lispector


 

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10 dicas para reciclar seus livros velhos

Tem alguns livros velhos sobrando por aí? Bom, eu não teria coragem de estragar os meus (prefiro doar ou vender em sebos), mas quem está precisando de ideias inovadoras, boa sorte!

1. Dá pra transformar seus livros velhos em uma cama

Só não dá pra ser usada por quem tem alergia...

2. Numa cabeceira formada por livros abertos

Repararam que dá para continuar folheando as obras? Esse eu queria!

3. Num vasinho fofo para cactos 


O site australiano Growingbooks vendia o livro já impermeabilizado e furado junto com as pedras, terra, borrifador e instruções por US$25. No entanto, tentei acessar e encontrei a página em manutenção. Enquanto ela não volta, você pode tentar fazer em casa.

4. Num balcão

OK, aqui precisaria de uma biblioteca inteira para montar esse 'móvel', mas dá simplicar fazendo, por exemplo... (vá para o próximo item)

5. ... uma mesinha de centro

Essa até eu consigo montar!

6. Dá pra fazer arte

Como o trabalho maravilhoso da inglesa Su Blackwell, que a gente já mostrou com mais detalhes em outro post

7. Uma xícara de papel

Como esse trabalho da artista Cecilia Levy (que meu amigo Rubens me apresentou)

8. Ou um sapatinho <3

Também é da Cecilia Levy, veja mais no site oficial

9. E ainda uma fantasia de Fada dos Livros <3

10. Que tal uma estante para segurar mais... livros velhos?

*Esta é uma seleção de fotos que fui encontrando pela internet, muitas delas não tinham crédito. Não sei a viabilidade delas, mas usem o post como inspiração :)

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CÉLIA REGINA CABRINO 25 de Janeiro de 2023 às 16:27

Adorei!

As melhores frases de Pagu em Paixão Pagu

Em 2014, li Paixão Pagu, uma carta honestíssima que a escritora e militante comunista Patrícia Galvão escreveu ao marido para contar tudo o que ela já tinha aprontado em seus 30 anos de vida. O depoimento, que depois seus filhos decidiram publicar para fazer as vezes de uma autobiografia, menciona o aborto aos 14 anos, o casamento por interesse, o caso com Oswald de Andrade e até as missões em que ela seduzia figurões para conseguir informações para o Partido Comunista. Quem quiser saber mais sobre minhas impressões sobre o livro, pode clicar aqui.

Esses dias, mexendo no meu exemplar, notei que, na ocasião, havia destacado alguns trechos e me esquecido de compartilhar aqui no Shereland. Bom, nunca é tarde:

"Sou contra a autocrítica. O aproveitamento da experiência se realiza espontaneamente, sem necessidade de dogmatização."

"Seria bom se eu tivesse o poder de ver as coisas com simplicidade, mas a minha vocação grandguignolesca me fornece apenas a forma trágica de sondagem."

"Cada pensamento que não fosse forte e calmo me enchia de vergonha."

"Quando a gente julga não estar ainda completamente degenerada, quando se dá ainda importância a toda essa série de conceitos inventados pelos homens, mas tão repetidos que acreditamos neles como verdades eternas - lealdade, verdade, sinceridade, honra. E do outro lado, infâmia, vergonha..."

"passeando pelos acidentes este meu corpo, que acho sinceramente desprezível, mas que tenho em grande conta, visto fazer dele o centro de tudo, mesmo do universo."

"Quantas vezes já havia morrido? Quantas vezes eu renascia do meu congelamento? Olhava complacente para todos os desastres anteriores. E percebia que me humanizava."

Cadastre-se no Shereland, adicione amigos e veja se algum deles não disponibilizou Paixão Pagu para empréstimo :)

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