5 regras que aprendi com Viva a Língua Brasileira, de Sérgio Rodrigues

5 regras que aprendi com Viva a Língua Brasileira, de Sérgio Rodrigues

Sei que não tenho qualquer direito de dizer que você deveria ler isso ou aquilo, mas realmente acho que você tem de dar uma chance para Viva a Língua Brasileira, de Sérgio Rodrigues. Sim, resumindo bem resumido é um livro sobre gramática - na Amazon aparece classificado na categoria de Manuais e Anuários - mas é divertido e fluido, sério!

O grande diferencial (e espero estar usando essa palavra no contexto correto) é que Rodrigues é um jornalista, não um gramático (era dele o blog Sobre Palavras, da Veja), então creio que seu objetivo é pensar sobre a língua e suas transformações, não estipular normas.

De uma forma muito dinâmica, o escritor tira as dúvidas mais comuns (a pronúncia é Rorãima ou Roráima?), questiona os modismos, relembra a origem de algumas expressões (aquele papo, por exemplo, de que forró vem de 'for all' é balela) e, em um dos meus capítulos favoritos, desnuda o dialeto corporativista.

Como meu propósito aqui é te incentivar a buscar esse livro, tentarei não revelar demais, mas elenquei regras que estipulei para mim mesma depois de ter lido Viva a Língua Brasileira:

1. Desconfie de toda norma que aparece do nada

"Antes de mais nada não existe", "em anexo está errado", "autoanálise é pleonasmo" e blá-blá-blá.... Sabe aquele tipo de regra que o povo sai compartilhando no Facebook? Pois a maioria é invenção de quem não sabe do que está falando.

Um dos exemplos que Sérgio Rodrigues usa é o tal de 'lindo de viver', que deveria ser usado no lugar de 'lindo de morrer'. Adivinha quem difundiu essa máxima? Hebe Camargo. OK, ela era diva, mas não era gramática, né?

2. Pare de menosprezar pessoas que escorregam no português

Primeiro porque, desde sempre, a língua é feita do que as pessoas falam, portanto da mesma forma que abrupto' passou a ser aceito no lugar do original 'ab-rupto', é provável que, daqui a alguns anos, liberem o 'perca' de tempo. Segundo porque o errado pode ser você (já vi gente torcendo o nariz para a a correta expressão "em anexo").

3. Não julgue quem empregou uma expressão que você ouviu dizer que é politicamente incorreta

É feio dizer 'homossexualismo' porque o sufixo 'ismo' era usado para se referir a doenças, certo? Não é bem assim. A gente pode até escolher eliminar do nosso vocabulário palavras e expressões que parecem ofensivas a um grupo, mas daí a sair dando lições de moral baseado em algo que você ouviu alguém (não linguista) dizer pode ser tornar um mico.

4. Encher seu texto de palavras estrangeiras é tão 'out'

Não dá para lutar contra a invasão de palavras gringas no nosso cotidiano. Isso é até necessário, quando não temos um equivalente em português (ou vamos dizer que um 'drone' é um 'avião não tripulado'?). Mas ficar optando pelo inglês quando temos o correspondente em português, aí, 'sorry', é pura falta de vocabulário. 

5. Não repita uma palavra só porque ouviu o pessoal da firma dizer

Antes de inputar adicionar uma palavra nova no seu vocabulário, olhe seu significado no dicionário! Descobri que grande parte das palavras que ouço meus superiores dizerem (e que já caí na besteira de repetir para parecer mais profissional) em reuniões são equívocos. Ou você pensa que assertivo é sinônimo de acertado? 

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