Cidades Mortas

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José Bento Monteiro Lobato nasceu em Taubaté, interior de São Paulo em 18 de abril de 1882. Formou-se em Direito na Faculdade do Largo São Francisco, em São Paulo, quando morou na república estudantil do Minarete. Ali, liderou o grupo de colegas que formou o Cenáculo, e mandou artigos para um jornalzinho de Pindamonhangaba, que tinha como título o mesmo nome daquela moradia de estudantes.

Já formado, Lobato voltou a Taubaté, de onde prosseguiu enviando artigos para um jornal de Caçapava, O Combatente. Nomeado promotor público, mudou-se para Areias, casou-se com Purezinha e começou a traduzir artigos do Weekly Times para O Estado de S. Paulo. Fez ilustrações e caricaturas para a revista carioca Fon-Fon! e colaborou no jornal Gazeta de Notícias, também do Rio de Janeiro, assim como na Tribuna de Santos.

Foi com a morte súbita de seu avô, que lhe deixou a Fazenda do Buquira, que Monteiro Lobato passou a se envolver com as questões agrárias do país – sem afastar-se da literatura. Em 1914 redigiu Urupês, criando o Jeca Tatu, seu personagem-símbolo. Logo Lobato vendeu sua fazenda e tornou-se, definitivamente, um escritor-jornalista.

Colaborou em publicações como Vida Moderna, O Queixoso, Parafuso, A Cigarra, O Pirralho e continuou em O Estado de S. Paulo. Em 1918 comprou a Revista do Brasil, empolgado com sua linha nacionalista, e ali deu espaço para novos talentos.

A revista prosperou e ele formou uma empresa editorial que continuou aberta aos novatos, lançando nomes modernistas como Menotti del Picchia e Oswald de Andrade. É também nessa época que surge a polêmica com Anita Malfatti, a quem Lobato critica no artigo “Paranóia ou mistificação?”, de 1917.

Nesse período escreve sua primeira história infantil, A menina do narizinho arrebitado, de 192, que alcançou imenso sucesso. A partir daí nasceram outros episódios, tendo sempre como personagens a Turma do Sítio do Picapau Amarelo. Criou aventuras com figuras bem brasileiras, recuperando costumes da roça e lendas do folclore nacional, além de misturá-los com elementos da literatura universal, da mitologia grega, dos quadrinhos e do cinema. Monteiro Lobato também fez questão de transmitir conhecimento e idéias em livros que falam de história, geografia e matemática, tornando-se pioneiro na literatura paradidática - aquela em que se aprende brincando.

Continuou colaborando com os veículos nacionais, como O Jornal, A Manhã e Diário de São Paulo, para o qual em 2 de março de 1926 enviou "O nosso dualismo", analisando com distanciamento crítico o movimento modernista inaugurado com a Semana de 22.

Em 1927, Lobato assumiu o posto de adido comercial em Nova Iorque e partiu para os Estados Unidos, acompanhando as inovações tecnológicas do país. Fez de tudo para, de lá, tentar alavancar o progresso do Brasil, sem medir esforços para trazer a modernidade para seu país. Por causa de suas ideias, teve a sua prisão foi decretada em março de 1941, durante a ditadura militar. Getúlio Vargas concedeu-lhe a liberdade, porém passou a enfrentar o momento mais difícil de sua vida, com a perda do filho mais velho, a falência de sua empresa e a censura que sofria.

Monteiro Lobato escreveu mais histórias nas quais seus personagens continuavam sua luta contra o que considerava errado no país – mas o criador desses personagens já estava cansado de tantas batalhas. Monteiro Lobato sofreu dois espasmos cerebrais e, no dia 4 de julho de 1948, virou “gás inteligente” - o modo como costumava definir a morte. Foi-se aos 66 anos de idade, deixando imensa obra para crianças, jovens e adultos, e o exemplo de quem passou a existência sob a marca do inconformismo.